HISTORICO DA LINHA: Em 1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. Em 12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica, encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro e pertencia ao Governo Imperial, constituída em 1855 e com o ramal, que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo Cachoeira no terminal navegável dois anos antes e com bitola larga (1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias se deu em 8/7/1877, com festas. As cidades da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"... O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba. Em 1889, com a queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar E. F. Central do Brasil, que, em 1896, incorporou a já falida E. F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificar as 2 linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cacheoira-Taubaté) e o trecho todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA. O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos anos 1980, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte, foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998, o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado, com o fim do Trem de Prata, mesmo ano em que a MRS passou a ser a concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde 1914 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e no trecho D. Pedro II-Japeri, no RJ. |
A ESTAÇÃO: A E. F. Dom Pedro II chegou a Cachoeira em 20/07/1875, abrindo a estação para servir ao terminal navegável do rio Paraíba. Essa primeira estação, construída pela E. F. Dom Pedro II, não era a atual; por pouco tempo, foi uma provisória, próxima ao local da atual, que de 1876 a 1877 recebia de Taubatéuma ACIMA: Trem da Central na estação em 1915 (Acervo Regina Rousseau). ABAIXO: Cena durante a revolução de 1932 no pátio de Cacheoira Paulista (Acervo Ralph M. Giebrecht/Sud Mennucci). diligência que trazia os passageiros que desembarcavam nessa estação, na época terminal da linha da E. F. do Norte, e seguiam até Cachoeira. Por sua vez, a E. F. do Norte chegou com seus trilhos de bitola métrica lá em 12/05/1877, mas a inauguração oficial da ligação ferroviária só aconteceu quase dois meses depois. Foi nessa época que o atual prédio da estação foi entregue. Em 8/7/1877, um domingo, dez mil pessoas receberam no Brás a chegada dos 500 passageiros da viagem inaugural Rio-São Paulo, em dois trens e quinze carros, com o Conde D'Eu, representando o Imperador e o Conselheiro Homem de Mello, de Pindamonhangaba.
ACIMA: Foto aérea de Cachoeira Paulista em 1952. A estação fica ao lado do rio Paraíba do Sul. A última vez em que estive lá, não era possível se ver o rio, de tanta favela entre o pátio e a margem. Isto foi em 2004 (Autor desconhecido). ABAIXO: Cidade e estação vistas do mirante do outro lado do rio Paraíba do Sul (Autor desconhecido). Eles partiram do Rio às 6:15 da manhã, com festas, discursos, hinos e rojões, festas que se repetiam nas estações do percurso, embora não tenha o comboio parado em nenhuma delas; apenas parou na de Cachoeira, onde foi feita a baldeação por causa da diferença de bitola. As cidades da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas" de
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Monteiro Lobato. Por alguns anos, entre 1944 e 1948, a cidade e a estação se chamaram Valparaíba. Finalmente, o nome se tornou Cachoeira Paulista. O custo da baldeação emCachoeira era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba. Com a incorporação da EFN pela EFCB, em 1890, as bitolas foram unificadas dezoito anos depois, época em que a baldeação na estação de Cachoeira AO LADO: A discussão sobre o nome da estação e da cidade, modificados em 1944, acabou por gerar a volta ao nome original com o sufixo Paulista em 1949 (Folha da Manhã, 11/3/1949).
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ACIMA e ABAIXO: A estação em dois tempos: anos 1950 e 2006. Hoje, próximo de desabar, a vista da estação do rio Paraíba do Sul não espelha exatamente isso. A majestade, no entanto, se mantém. A vergonha de nada ser feito para proteger este magnífico prédio, tanto fisicamente com historicamente, pesa sobre nossas cabeças (Fotos: anos 1950 - Acervo Mario Garrote; 2006 - Flávio Roger). acabou. É, e sempre foi, uma das maiores estações do ramal, sendo difícil de fotografar por estar situada em uma rua estreitíssima que passa à sua frente, paralela aos trilhos. Está, infelizmente, abandonada há anos e sendo aos poucos destruída e saqueada por vândalos. Por outro lado, está tombada pelo
ACIMA: Piso hidráulico da estação de Cachoeira Paulista, como estava em 2004 (Foto Diego S. G. Reis, 2004).
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CONDEPHAAT. "A 'velha dama' impressiona pelo tamanho. Apesar de sempre passar por ali, a sensação é sempre a mesma, de reverência ante a grandeza e beleza da construção. Pena que, a esta sensação, se junte o sentimento de profunda tristeza pelo estado de total abandono em que ela se encontra. Quanto mais me aproximo dela, mais posso notar os danos causados pelo tempo, pelo descaso e pelo
AO LADO: Passageiros esperam pelo trem na plataforma da estação de Cachoeira Paulista, talvez anos 1950. "Quem não se lembra da Rede? Quando apitava ao meio dia e as quatro e meia?" (Juliani de Paula Silva, 18/4/2012).
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ACIMA: Oficinas de Cahoeira, anos 1980 (Foto Mario Garrote). vandalismo. Vinte e um anos após seu tombamento, ela está bem próxima de desaparecer. As janelas, o piso interior, as portas, quase tudo já se foi. Das lindas escadas e do telhado, quase nada resta. Confesso que fico com um nó na garganta. É interessante que nos letreiros da estação o nome Cachoeira Paulista já vai sumindo pelo tempo e já é aparece neles o nome antigo da estação, Valparaiba" (Renato Philippini, 20/10/2003). (Marco Giffoni, 04/2005) "A estação funcionou até a privatização (1996), estive lá algumas vezes em 1996 e ainda havia algumas salas
ACIMA: Acidente ferroviário ao lado da estação de Cachoeira Paulista em 23/4/2011 (Autor desconhecido). ABAIXO: Deposito ferroviário de Cachoeira. Fica a cerca de 1 km antes da estação (para quem vem de São Paulo) e ainda está em pé em 2014 (Autor desconhecido). ocupadas pelo pessoal da Rede e outra pela AFAP (Associação dos Ferroviários Aposentados e Pensionistas), mas a maior parte da estação já estava em ruínas como as torres e a parte do meio cujo teto já havia desabado há anos. É como você falou, é muita estação para pouca cidade, além da restauração ser cara o município não teria como arrumar uma finalidade que pudesse compensar o investimento e que tornasse o prédio auto-sustentável como ocorre na Luz ou na Júlio Prestes. No século final do século XIX a estação abrigava além da ferrovia, a agência de correios e a câmara municipal que teve o prédio como sua primeira sede" (Marco Giffoni, 11/2006). (Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Regina Rousseau; Diego S. G. Reis; Marco Giffoni; Mário Garrote; Christoffer R.; Carlos R. Almeida; Flávio Roger; Renato Philippini; Folha da Manhã, 1949; Mapa e foto - acervo R. M. Giesbrecht) |
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